Métodos do Tarot – Adentrando a Via Sinistrae

Fonte: Arquivo pessoal

O método oracular de hoje é um apoio ao texto A Mão Esquerda é para mim?, que você pode ler aqui! Se, ao longo do texto, você ainda ficou com alguma dúvida ou simplesmente desejou um jogo específico para se aprofundar mais no tema, vendo se o Caminho Tortuoso é mesmo para você ou não, aqui vemos tanto suas compatibilidades quanto as dificuldades que você teria caso entrasse na Via Sinistrae, te ajudando na escolha de entrar ou não nela. O jogo pode ser tirado perguntando se a Mão Esquerda num geral é para você ou não mas também, e o que eu aconselho até mais, se determinadas vertentes dentro da Mão Esquerda seriam adequadas para você. Você pode perguntar sobre o Luciferianismo, sobre o Satanismo, sobre a Demonolatria e por aí vai, testando o que cada um desses caminhos pode te oferecer tanto de bom quanto de ruim para se preparar e tomar sua própria decisão sobre eles! Vamos lá?

No jogo temos nove cartas, que são dispostas como indicado na foto acima, e nelas estão:

  • Carta 1 – O Caminho é para mim? Temos na primeira carta a posição central do jogo. Ela tanto já responde a questão de forma clara e direta ao ponto como também é o motivo central de tudo que será aprofundado nas próximas cartas. Todas as outras posições devem ser analisadas a levando como razão e como direção também, conduzindo o resto do jogo.
  • Carta 2 – Afinidade Nesta posição temos qual é a sua real compatibilidade com o Caminho. Pode ser que não apareça nenhuma, pode ser que seja uma afinidade mais superficial, algo mais emocional, ou pode realmente ser algo que ressoa com seu espírito de uma forma maior e mais profunda do que você imagina.
  • Carta 3 – Peso Mental Como é fácil de se saber, a Mão Esquerda e suas vertentes não oferecem uma estrada fácil para seus adeptos. Nesta posição, vemos o quanto os seus desafios vão pesar mentalmente para você. Aqui estarão as dificuldades e pesos que você enfrentará no âmbito racional, na sua consciência e no seu intelecto, na sua mente.
  • Carta 4 – Peso Emocional Continuando a última posição, aqui teremos o que pesará sentimentalmente. Aquilo que vai pesar e ser difícil para você no âmbito psicológico, no que é sensível e em âmbito afetivo. Aqui o analisado será o seu coração.
  • Carta 5 – Peso do meio Como um Caminho marcado pela dissidência e pela rebeldia espiritual, não temos naturalmente na Via Sinistrae uma estrada que é bem vista pela sociedade como um todo. Nesta posição, vemos o quanto o nosso meio poderá nos afetar e nos criar problemas se decidirmos ir mesmo pela Esquerda. As vezes é a família que pode pesar, as vezes são os amigos, os meios sociais, as vezes é a própria solidão com a qual você vai ter que conviver no meio que pode te afetar negativamente. Analise essa posição com cuidado
  • Carta 6 – Auto Regência Nesta posição temos a sua capacidade de lidar com os problemas, desconfortos e obstáculos que irão surgir. Assim como também a sua capacidade de se virar e de lidar com o seu próprio caminho de forma realmente autônoma. Aqui vemos sua capacidade de realização, de lidar com os pesos vistos anteriormente e com as dificuldades da próxima posição também. Aqui está a sua aptidão de ter iniciativa e de ser por si mesmo.
  • Carta 7 – Dificuldades As dificuldades a que essa posição se refere irão ser os primeiros obstáculos de ordem prática que você irá encarar entrando na Via. As vezes seu primeiro entrave será financeiro, com você não tendo muito como investir em livros, materiais e etc. As vezes sua primeira dificuldade será estabelecer tempo para sua prática e estudos. Se as posições 3, 4 e 5 expõe adversidades mais voltadas ao nosso interior, aqui elas são externas e mais voltadas ao utilitário. Analise bem qual carta sairá nesta posição.
  • Carta 8 – Aprendizado Aqui temos quais serão suas primeiras lições, e os aprendizados com os quais você irá se deparar em seu começo.
  • Carta 9 – Crescimento E aqui, por fim, temos seu crescimento no Caminho. No que você irá se tornar durante a sua jornada e onde estarão seus maiores progressos e sua evolução!

Escolha um baralho, ou oráculo, com o qual você realmente tenha afinidade e analise cada uma das posições com bastante calma. Anote em seu diário ou grimório também, se os tiver! O importante é que você consiga ter a clareza e o conhecimento necessários antes de dar os próximos passos na sua jornada. Afinal, discernimento é fundamental para trilharmos nosso caminho da forma mais responsável e conectada com a nossa verdadeira essência o possível.

Até mais!

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Atenção: A reprodução total ou parcial deste texto é proibida e protegida pela lei do direito autoral nº9610 de 19 de fevereiro de 1998. Proíbe a reprodução ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na internet, sem prévia consulta e aprovação do autor.

Métodos do Tarot – Descobrindo o Guia

Fonte: Arquivo pessoal

Tem um monte de coisas acontecendo ao seu redor, você sente que tem alguma figura espiritual chamando, mas não consegue descobrir quem é e do que se trata? Os dois métodos oraculares apresentados a seguir são para ajudar exatamente nesse tipo de situação. São dois jogos feitos com seis cartas cada e na mesma disposição, formando um pentagrama invertido cuja finalidade é trazer as informações que estão apenas no astral para cá, até nós, de forma que possamos decodificá-las. O primeiro tem como foco identificar o Guia ou figura espiritual em si, trazendo a tona suas características e como é sua energia em geral. O segundo foca em como essa energia nos afeta, pessoalmente. Em ambos temos as intenções e objetivos dessa figura para conosco. Então, se baseando no esquema ilustrado nas fotos a seguir, escolha um dos esquemas e os faça sem medo!

Descobrindo o Guia 1

Descobrindo o Guia 1:

  • Carta 1 – Testemunho Começando pela carta do Testemunho, na primeira posição deste jogo entramos em contato com as principais características do Guia que se apresenta. É uma presença feminina, masculina ou ambígua? Traz energias solares, noturnas ou ligadas ao submundo? É uma presença divina, infernal ou completamente outra coisa? Aqui os principais traços serão apresentados.
  • Carta 2 – Energia que transmite Aqui vemos qual é o tipo de energia que essa figura transmite. É uma energia leve ou densa? Essa energia inspira, deixando as pessoas sob sua influência mais criativas? Dá sorte, de forma que pequenas alegrias acompanhem quem a tem consigo? É uma energia fortemente sexual que aumenta a libido e o poder de atração de quem se alinha a ela ou é uma energia marcial que pode sobrecarregar quem não dê vazão a ela?
  • Carta 3 – Natureza Nesta posição vemos se estamos lidando com um trickster, de natureza astuta e mutável, ou se é uma figura mais séria, ligada as leis, por exemplo. Este Guia é uma figura extrovertida ou é mais reservado? Seria confiável ou não? Com quais elementos e temas costuma trabalhar? Ao que se alinha?
  • Carta 4 – Como se comunica Esse Guia gosta de se comunicar através de sonhos? Ele te chama a atenção através de diversas sincronicidades? Ou será que ele faz você receber do nada respostas através de outras pessoas?
  • Carta 5 – Aquilo que faz Aqui temos como é a parte prática da sua ação. Pode ser um Guia que acelera todos processos pelos quais você ainda deve passar, fazendo sua vida virar um completo caos por meses até tudo se resolver e você finalmente conseguir se catapultar pra frente. Pode ser um Guia que trabalha intensamente com o lado subjetivo e emocional daqueles que estão com ele, então esperar conteúdos relacionados surgirem para serem resolvidos é certo. Se é um trickster, espere os testes mais criativos pelos quais você já passou. Se é um Guia ligado a magia ou a necromancia, pode acreditar que ele te ensinará e beneficiará através dessas artes. Pode ser uma figura que destrói para depois reconstruir, que ensina através da luta e das dificuldades, ou uma figura mais suave que ensina através do cuidado e do carinho.
  • Carta 6 – Por qual motivo e com qual intenção Por fim, aqui entendemos por qual motivo este Guia está entrando em contato com você. E esses motivos podem ser os mais variados o possível. Da mesma forma das suas intenções. Analise essa posição com cuidado para ver se é algo interessante para você ou se é algo com o qual você seria capaz de lidar, levando em consideração tudo que você já viu sobre sua natureza e formas de atuação anteriormente.
Descobrindo o Guia 2

Descobrindo o Guia 2:

  • Carta 1 – Testemunho Aqui, assim como no primeiro jogo, começamos pela carta do Testemunho. Onde entramos em contato com as principais características do Guia que se apresenta. É uma presença feminina, masculina ou ambígua? Traz energias solares, noturnas ou ligadas ao submundo? É uma presença divina, infernal ou completamente outra coisa? Aqui os principais traços serão apresentados.
  • Carta 2 – Através de qual meio Na segunda posição temos os meios pelos quais esse Guia está entrando em contato com você. É através dos seus sonhos, da sua mediunidade? Ou será que é através de pequenas sincronicidades do seu dia a dia?
  • Carta 3 – De que forma Na terceira posição vemos de que forma ele está usando os meios que vimos na segunda carta. Se você viu que o Guia está usando seus sonhos como meio, aqui você verá como ele está se mostrando através deles. Se é através da sua mediunidade, talvez ele possa estar deixando ela mais aflorada. Se saíram as sincronicidades, aqui elas possam ser amigos seus do nada mencionando ou falando sobre esse Guia com você enquanto, ao mesmo tempo, você encontra livros ou outros materiais sobre ele e por aí vai.
  • Carta 4 – Causando o que Na quarta posição vemos o que essa aproximação tem causado. Os sonhos podem estar fazendo você ter noites de sono picadas, te deixando mais cansado. A sua mediunidade ser mais aflorada pode estar te dando zumbidos nos ouvidos aleatoriamente. Dentro das sincronicidades você pode estar tendo um influxo maior de pequenas sortes no seu dia a dia ou estar atraindo a presença de certos animais que são ligados a este Guia com mais facilidade. A proximidade com a energia dele pode estar te deixando mais sensível, pode estar aumentando a sua libido ou te sobrecarregando.
  • Carta 5 – Pra que Na quinta posição então vemos qual é a função deste contato. Este Guia está se aproximando desta forma para que você desenvolva alguma habilidade sua como, justamente, a mediunidade que ele vem mexendo? Ou é para te treinar em algum tipo de conhecimento que você precisa e que ele domina? Através desse contato você terá ajuda, bênçãos, evolução, proteção ou algum tipo de chocalhão pra te acordar pra vida? Talvez possa ser um espírito ligado a sua família, por exemplo, desejando iniciar algo com você relacionado a sua linhagem. Ou um daemon, interessado em te mostrar como trabalhar melhor com questões ligadas a sua regência através de algum acordo que você faça com ele e por aí vai. Aqui o foco é operacional.
  • Carta 6 – Com qual intenção Na sexta e última posição, por fim, desvendamos com quais intenções este Guia está propondo o que propõe. Aqui temos o sentimento que motiva sua aproximação. Este Guia pode sentir uma afeição genuína por você e, por isso, querer se colocar como um protetor. De uma forma mais fria e profissional, ele pode apenas ter percebido que você precisa de um professor em uma área que ele domina e quer oferecer ajuda. Ele pode achar que você está muito acomodado e, com alguma malícia, querer causar o caos para que você volte a se movimentar. Ao contrário, ele pode te achar muito caótico e querer oferecer ajuda para que você consiga se organizar ou, quem sabe, no exemplo do espírito ligado a sua família, ele pode estar fazendo sua proposta porque sente muito carinho por você e por aí vai também. Aqui desvendamos os motivos.

Apesar dos jogos terem sido feitos com oráculos de cartas em mente, você é livre para usar o tipo de oráculo que desejar. Desde que o conheça bem o suficiente para ir além do óbvio em cada uma das posições. Não tenha pressa para fazer a interpretação de nenhum destes jogos, ou de ambos se desejar fazer os dois. Anote tudo que sair. Faça suas pesquisas e, para tirar suas conclusões finais, não esqueça de levar sua intuição e o seu coração em conta!

Até mais!

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Métodos do Tarot – Tiragem Péladan e jogos simples de 5 cartas

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Cartas do Tarot of the Mermaids de Lo Scarabeo

Conhecidas por sua flexibilidade e por proporcionar um bom número de ângulos pelo qual podemos examinar nossas questões, as tiragens de cinco cartas, geralmente em formato de cruz,  são muito difundidas nos meios oraculares. Uma das suas formas mais conhecidas é a Tiragem Péladan, criada pelo escritor e ocultista francês Joséphin Péladan (1858-1918). Simples e muito útil em diversas ocasiões, veja abaixo como tirar e interpretar uma!

Método Péladan

Primeiramente, se concentre na questão que precisa saber. Tente formular uma pergunta simples e direta. Embaralhe apenas os Arcanos Maiores do seu baralho com cuidado e disponha cinco cartas em sua mesa em formato de cruz, como demonstrado na imagem.

  • A primeira carta a ser analisada será a da esquerda, primeira das três cartas em linha horizontal. Ela representará a afirmação, ou seja, os aspectos favoráveis da questão. Aqui encontramos onde está nosso apoio, e a postura que devemos ambicionar ter.
  • A segunda carta a ser analisada será a da direita, última das três cartas em linha horizontal. Ela traz a negação, ou seja, os aspectos desfavoráveis, ou contrários da questão que está sendo analisada. Aqui encontramos o que deve ser evitado, onde está o erro, e do que devemos fugir.
  • A terceira carta a ser analisada será a do topo da nossa cruz, ela simboliza a ação, a influência, o partido que devemos tomar e os próximos acontecimentos. Ela atua como um juiz, equilibrando os prós e contras que as últimas duas cartas revelaram, nela temos o comportamento mais adequado.
  • A quarta carta a ser analisada será a da parte inferior da nossa cruz, simbolizando os resultados, as consequências e as soluções. Ela é o resultado do jogo, propriamente dito. O que acontecerá como resultante da postura aconselhada pela carta anterior.
  • A carta central é a última a ser analisada, trazendo a síntese da jogada. Acentuando o jogo, temos nela o fundamental da questão e seu resumo.

Esta última e quinta carta pode tanto ser escolhida e disposta na mesa junto com as outras no momento em que você estruturar o jogo quanto também descoberta após a análise das quatro primeiras através de cálculo. Somamos os números das quatro primeiras cartas e, se o resultado for menor que 22, buscamos a carta que possui aquele número e a dispomos no centro do jogo como quinta carta. Se o resultado for igual a 22, a quinta carta será o Arcano do Louco. E se o resultado for maior que 22, somamos seus números até o reduzir para um abaixo do 22. De toda forma, se a quinta lâmina acabar sendo alguma já presente dentre as quatro retiradas no jogo a imaginamos duplicada.

Outras possibilidades 

Não se resumindo apenas ao método Péladan, podemos analisar jogadas de cinco cartas como:

  • Carta 1 – A Pessoa / Carta 2 – O Momento / Carta 3 – Os prognósticos / Carta 4 – Os desafios a serem superados / Carta 5 – O Conselho
  • Carta 1 – O Fato / Carta 2 – O que este fato causa / Carta 3 – Onde e quando ele ocorre / Carta 4 – Como ele ocorre / Carta 5 – Tendência para o futuro ou melhor estratégia a se adotar
  • Carta 1 – Passado / Carta 2 – Presente / Carta 3 – Obstáculo / Carta 4 – O prognóstico futuro se não houver mudanças / Carta 5 – O Conselho
  • Carta 1 – Onde você se encontra / Carta 2 – Qual é a sua tarefa / Carta 3 – Quais são seus medos / Carta 4 – Qual é a postura que te ajudará / Carta 5 – O resultado

Algumas vezes, dependendo da questão, eu leio as três cartas da linha horizontal como um contínuo de passado/presente/futuro, a carta acima como aquilo que está oculto na situação e seria bom se atentar e a abaixo como o conselho do jogo para o consulente. Existem muitas variantes de interpretação e de possibilidades nos jogos de cinco cartas.

Quer tentar algum?

Métodos do Tarot – Dicas iniciais e tiragens simples de 3 cartas

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Cartas do Tarot of the Mermaids de Lo Scarabeo

Depois de vermos aqui uma sugestão de consagração, e aqui algumas indicações do que ter e de como podemos organizar uma mesa para nossas práticas com o Tarot, iremos agora até a parte mais prática.

Primeiramente, para que você possa conservar a qualidade das cartas do seu baralho é importante recomendar que você lave e seque muito bem suas mãos sempre antes de as manusear. Assim como separamos uma toalha específica para dispor as cartas, de tecido macio, para protegê-las e garantir uma superfície limpa e segura para realizarmos nossos jogos, nossas mãos devem sempre estar igualmente limpas e secas. Ao organizar seu espaço, ou sua mesa, tome cuidado para que não caiam cinzas de incenso ou similares sobre as lâminas, e se tiverem velas por perto, garanta que elas estejam em suporte seguro.

Existem diversas técnicas de como embaralhar, cortar e dispor as cartas, nenhuma delas é mais certa ou correta do que a outra, vai depender do seu estilo, da tradição que você segue (caso você siga alguma), e do seu próprio gosto pessoal. Teste todas que puder e ache aquela que mais dará certo para você. Apenas, ao embaralhar, o faça suavemente, sem machucar nenhuma carta.

Em suas primeiras tiragens não se preocupe em logo de cara fazer jogos longos, com diversas cartas. Não dificulte nada. Se livre de qualquer excesso de formalismo e de regras que só vão confundir sua cabeça. Se lembre sempre que ler o Tarot é um exercício livre, onde desenvolvemos nossa capacidade de pensar simbolicamente. Ao adentrar em seus arquétipos você estabelecerá, com o tempo, suas próprias analogias e experiências. Não se pressione. Vá com calma e tenha seus primeiros exercícios como lúdicos.

Domine as técnicas de tiragem mais modestas primeiro antes de ir até as mais complexas. Aquelas que dispõe de no máximo três ou quatro cartas podem ser muito mais diretas e práticas do que as de cinco ou mais. Seja o mais simples, flexível e objetivo que puder.

Estabeleça, antes de tirar cada carta, qual sentido ou função ela irá desempenhar no seu jogo. O que cada uma delas responderá e ao que cada uma delas irá se remeter de fato. Não tente se forçar, ao revelar cada uma delas, ter todos os significados possíveis decorados na ponta da língua. Olhe para as imagens diante de você com neutralidade. O que elas estão te mostrando? Qual quadro elas formam? Ao que elas te remetem no exato momento em que você as observa? Seja receptivo as impressões que você captar antes de pensar nas tabelas de significados dos livros. Não mate o potencial criativo das suas tiragens as reduzindo aos lugares comuns de interpretação. Se abra! Já somos, muitas vezes desde a infância, desencorajados ao pensar simbólico em detrimento ao matemático. Não desmoralize seu próprio potencial antes mesmo de se dar a chance de desenvolve-lo.

Usar primeiro apenas os 22 Arcanos Maiores antes de também usar os 56 Arcanos Menores, usar ou não as cartas invertidas, tudo isso dependerá da sua própria disposição e estudo. Não existem regras absolutas em relação ao Tarot, apenas nossa própria dedicação e desenvolvimento com ele. Se você conseguir fluir bem usando sempre todas as 78 lâminas, vá em frente. Se você prefere desenvolver os Arcanos Maiores primeiro, maravilha! O importante é que você consiga avançar em suas práticas de forma leve, com seu espírito aberto e com disposição para jamais parar de aprender.

Tiragens simples de três cartas 

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Cartas do Tarot of the Mermaids de Lo Scarabeo

Dentre as técnicas mais objetivas e versáteis que temos para realizar nossos jogos, as de três cartas são um excelente ponto inicial. Embaralhe seu deck com calma, mentalizando a questão que você precisa consultar, e retire três lâminas, as dispondo em linha reta ou em forma triangular, com o vértice para cima.

As interpretações podem variar entre os esquemas de:

  • Passado, presente e futuro
  • Corpo, mente e espírito
  • O positivo, o negativo e a síntese
  • Você, a outra pessoa, o conselho
  • A vida material, os planos e a postura ideal
  • A causa, o desenvolvimento e as consequências
  • A situação, os obstáculos, o conselho
  • A força, a fraqueza, o que é aconselhável
  • Você, seu caminho, seu potencial
  • Tese, antítese, síntese

E muito mais! Costumo usar a disposição de três cartas em forma triangular em perguntas de sim ou não, com a central respondendo de fato e as duas laterais dando mais detalhes sobre a questão analisada. Você é livre para criar ainda outras formas de combinação para essa técnica, conforme sua própria necessidade.

O método das três cartas também pode ser utilizado no exercício matinal de perguntarmos como nosso dia se desenrolará. Podendo ser feito com uma única lâmina, para vermos quais energias estarão em voga para nós, muitas vezes tirar mais duas cartas pode nos dar mais detalhes e ideias. Experimente! Ao final do dia se lembre de quais cartas você tirou e tente observar como aqueles arquétipos foram vivenciados por você. Anote suas impressões, experiências e insights. Com o tempo você terá muitos exemplos práticos do que cada uma das suas cartas pode evocar.

E aí, que tal tentar?

 

Métodos do Tarot – O que ter e como organizar sua mesa

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Cartas do Tarot of the Mermaids de Lo Scarabeo

Quando primeiro adquirimos um deck de Tarot, fascinados sobre todas suas possibilidades, é comum que estudemos muito e, após um tempo, tentemos arriscar algumas jogadas pessoais. Nestes primeiros passos é comum que surjam muitas dúvidas sobre tudo, assim como questionamentos sobre estarmos fazendo algo de errado ou não.

O importante, no início, é termos a consciência de que não existe um único método de se trabalhar com as cartas. Elas, em si, não são ligadas a nenhuma religião, espiritualidade ou tradição esotérica específica. Apesar de termos, em nosso inconsciente, uma ligação muito forte entre o Tarot e a figura da cartomante cheia de velas, cristais e incensos, ele não exige de nós conhecimentos e proficiência com o oculto para que possamos desenvolver seus métodos. Inclusive, muitos profissionais o usam como uma ferramenta arquetípica, se debruçando em uma linha mais terapêutica, voltada ao auto conhecimento interno e psicológico, sem nenhum toque esotérico envolvido.

Ganhamos fluência na linguagem simbólica das lâminas do Tarot através da dedicação ao seus estudos, muito mais do que com trabalhos de conotação espiritual. Estes servem e se aplicam muito mais a nós, como indivíduos que podem ou não carregar crenças espirituais, do que as lâminas em si. A consagração das cartas, como já demonstrei aqui e aqui, fica a critério da crença daqueles que a praticam. Bem como todo o resto dos cuidados e práticas energéticas que podemos ter. Se somos umbandistas, provavelmente iremos aprender um método de se lidar com as cartas muito diferente dos métodos de uma ordem hermética. Ambos podem funcionar, dependendo do preparo e da dedicação de seus praticantes.

Como aqui no Lunário, e em minhas práticas pessoais, eu me alinho a bruxaria natural, darei algumas dicas e instruções dentro desta visão. Se você possui outro tipo de crença, fique a vontade para estudar e buscar o que mais irá contribuir para a sua prática particular!

Vamos lá?

A Toalha: O primeiro ponto ao qual nos remetemos quando pensamos em preparar um local para a abertura de um Tarot é em termos uma toalha específica para os jogos, não é mesmo? Apesar de não ser obrigatório, e cada linha indicar alguma cor ou tamanho próprios para elas, é realmente útil possuirmos uma. Assim garantimos uma superfície limpa e segura onde podemos espalhar nossas cartas tranquilamente, sem o perigo de as sujarmos inadvertidamente. Compre aquela cuja cor, a estampa (caso tiver) e o tecido mais te agradem. Consagre-a se sentir necessidade, sendo essencial apenas a deixar sempre limpa e bem cuidada.

Os Quatro Elementos: Constituindo a base do nosso Universo, é comum que chamemos as forças do Ar para nos auxiliar na lucidez do nosso intelecto, as forças da Água para guiar e fortalecer nossa intuição, as forças da Terra para nos centrar e as forças do Fogo para nos proteger e transmutar todas as energias que serão trabalhadas durante os jogos.

O Ar: Trabalhando nosso raciocínio e lógica, podemos o representar muito bem através de incensos, aromatizadores, penas e sinos colocados ao Leste.

A Água: Sendo um elemento purificador, muito ligado as práticas oraculares, podemos a representar facilmente por sua própria presença em um copo ou taça transparente posta na direção Oeste. Também podemos usar conchas, perfumes, e toda sorte de representações dos seus pontos naturais como fontes, rios e mares.

A Terra: Como aquela que nos firma e fortalece, podemos trazer sua força para perto de nós com toda sorte de cristais, flores, e até mesmo com pequenos vasos de plantas que conseguimos ter, na direção Norte.

O Fogo: Nos concedendo iluminação, coragem e proteção, temos a presença deste elemento majoritariamente na presença das velas, que podem ser postas na direção Sul.

Você precisa colocar os elementos sempre nestas direções? Não. Estas são apenas as direções mais usadas para cada elemento, se você não faz parte de alguma religião ou caminho espiritual que diga que você precisa se valer dessa correspondência, não existe nenhuma obrigatoriedade. É bom ter as quatro representações? Sim. Mas não precisa ser necessariamente nesta ordem.

A Adaga: Outro objeto bastante usado, principalmente para aqueles que usam o Petit Lenormand em conjunto com alguma linha cigana dentro da Umbanda, são os punhais e as adagas. Geralmente colocadas com a ponta afiada voltada para o consulente, eles simbolizam a proteção energética. Podem ser consagradas para cortar qualquer energia vampírica ou deletéria que possa vir a querer atrapalhar o andamento dos nossos jogos e atividades e também para criarmos círculos de proteção em nossos ambientes, se assim sentirmos necessidade.

Caso você trabalhe com alguma divindade, guia ou entidade, geralmente é bom ter representações dessas forças no espaço que você dedica as cartas. Isso pode trazer uma carga de proteção e conexão especial ao seu desenvolvimento. O mesmo vale para símbolos ou objetos de quaisquer crenças ou fé que você tenha e pratique. Procure adequar o seu espaço sempre segundo aquilo que você desenvolve, com muito respeito e consciência. Nunca coloque nada apenas por estética ao seu redor, saiba o peso e a intenção de cada objeto usado. Tenho certeza que assim você construirá, pouco a pouco, um espaço muito especial que reflita sua personalidade e seu estilo de abordagem a esse oráculo tão amado que é o Tarot.

Até mais!

Métodos do Tarot – O Templo de Afrodite

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Templo de Afrodite feito com o Petit Lenormand

Sendo uma técnica clássica para análises de relacionamentos, levando o próprio nome da deusa grega do amor, o Templo de Afrodite é um jogo de sete cartas que examina os três níveis de uma dinâmica amorosa, o mental, o sentimental e o sexual.

Neste jogo as cartas são dispostas em duas colunas, a direita (com as cartas 1, 2 e 3) sendo relacionada ao consulente e a esquerda (com as cartas 4, 5 e 6) com a pessoa com a qual o consulente se relaciona.

Nas Casas 1 e 4 temos o plano mental, o que ambas as pessoas da relação analisada pensam, tanto um sobre o outro como sobre a relação em si. Aqui vemos as intenções e motivações racionais do casal.

Nas Casas 2 e 5 temos o plano sentimental, aqui vemos os sentimentos de ambas pessoas analisadas. Independentemente do que pensam, o que elas estão de fato sentindo um pelo outro, e o que desejam.

Nas Casas 3 e 6 temos o nível físico, ou sexual. Aqui encontraremos a atração, a química e a libido do casal. Se anda bem, se não, se é preciso se atentar a algo, dicas do que é necessário para melhorar e etc. Também podemos ver a parte prática da dinâmica entre os dois, como agem um para com o outro, como se expressam através de suas atitudes.

E na Casa 7, carta final e central, temos tanto um conselho geral quanto também um prognóstico futuro sobre a relação e o que está para vir para a vida de ambos.

Sendo um jogo profundo e completo, o Templo de Afrodite faz o raio-x necessário para tirar a maioria das nossas dúvidas em relação às questões do coração.

Deseja uma consulta profissional? Me mande uma mensagem pelo e-mail olunariotarot@gmail.com para agendar um horário de atendimento comigo. Até mais!

Métodos do Tarot – A Mandala Astrológica

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Mandala Astrológica feita com o baralho Petit Lenormand

Podendo também ser conhecida como Mandala da Vida, a Mandala Astrológica é uma das técnicas mais tradicionais para se jogar tanto Tarot quanto oráculos de cartas num geral. Sendo um jogo onde dispomos 12 lâminas em uma estrutura circular, podendo ou não ter uma última no seu centro como síntese, nela nos guiamos pelas doze casas e doze signos da astrologia para realizarmos nossa leitura.

Assim como cada casa zodiacal em um mapa astral pode revelar um aspecto diferente de nossas personalidades e caminhos de existência, a Mandala esclarece cada um desses departamentos aliando o significado da casa com o Arcano que nela se revela. Desta forma, é possível responder amplamente todas as questões que forem apresentadas durante sua consulta.

No mapa de uma Mandala, através dos significados de cada casa zodiacal, temos as respostas para cada departamento de nossas vidas, desde nossa personalidade e jeito de ser no mundo, até o amor, a família, nossa saúde, vida social, viagens, carreira e amizades, como segue:

  • Casa 1 (Áries): Aqui vemos o momento atual de quem se consulta através do jogo. Como as coisas estão, como a pessoa reage ao seu meio, como é sua personalidade, temperamento e senso do ”eu”.
  • Casa 2 (Touro): Nesta casa temos o dinheiro e os bens, como os conquistamos e como os gerimos. Nossa administração é correta? Temos algum empecilho na área? Como podemos melhorar? Aqui teremos as respostas.
  • Casa 3 (Gêmeos): A nossa comunicação, o nosso lado intelectual, e também nosso tino para o comércio. Aqui vemos como nos comunicamos, como fazemos trocas e acordos, como aprendemos e o quanto estamos ou não sendo astutos e pontuais em nossas dinâmicas.
  • Casa 4 (Câncer): Aqui temos nossas raízes. Falando do lar e daquilo que recebemos e carregamos de nossa família, podemos ver como questões da infância se propagam até o momento, e como andam as relações familiares.
  • Casa 5 (Leão): É a casa onde nos deparamos com nosso brilho pessoal. Como anda nossa criatividade, nossa capacidade de sermos calorosos e magnéticos. Amores, diversão e filhos também são temas dessa casa.
  • Casa 6 (Virgem): Aqui temos o cotidiano, a rotina. Se ela está saudável, se está sufocante, se temos ou não um bom ambiente de trabalho e como anda nossa saúde.
  • Casa 7 (Libra): É a casa do casamento, ou pelo menos das relações mais sérias e estruturadas. Vemos aqui como andam nossos relacionamentos amorosos, nossos contratos, e os possíveis conflitos, ou harmonia, neles.
  • Casa 8 (Escorpião): Muito ligada ao nosso nível sexual, aqui também falamos de transmutação. Na casa de Escorpião achamos o veneno que pode nos corroer, e a cura que pode nos transformar.
  • Casa 9 (Sagitário): Aqui temos nosso nível filosófico, como encaramos e respondemos a vida. Quais são nossas maiores motivações, crenças, predisposições religiosas e interesses. Também podemos ver aqui viagens e estudos superiores.
  • Casa 10 (Capricórnio): É a casa do nosso prestígio profissional e social. Vemos aqui nossos empreendimentos, nossa jornada profissional, o que precisamos fazer para melhorar e como podemos nos elevar.
  • Casa 11 (Aquário): Falando das nossas amizades e associações pessoais, aqui analisamos planos, projetos, e como influenciam as pessoas ao nosso redor.
  • Casa 12 (Peixes): Aqui temos o espiritual, nossa relação e experiência com este plano, nossas limitações, e o quanto somos ou não altruístas. Recados de nossos guias podem facilmente serem passados nesta casa, tanto positivos quanto os alertas contra o perigo.

Assim como os próprios signos que as regem, as casas 1, 5 e 9 (Áries, Leão e Sagitário) são pertencentes ao Elemento Fogo. Nelas estão nosso entusiasmo, temperamento, inciativa e magnetismo. As casas 2, 6 e 10 (Touro, Virgem e Capricórnio) são pertencentes ao Elemento Terra. Elas contém nossa perseverança, nossa firmeza, e também nossa parte material e nossa saúde física. As casas 3, 7 e 11 (Gêmeos, Libra e Aquário) são pertencentes ao Elemento Ar. Elas falam sobre nosso raciocínio, nossa comunicação e imaginação. E as casas 4, 8 e 12 (Câncer, Escorpião e Peixes) são pertencentes ao Elemento Água. Elas representam nossas emoções, família, e espiritualidade.

As casas Angulares são as 1, 4, 7 e 10, nelas estão nossas forças positivas, nossa capacidade de iniciativa e força de ação. As casas Fixas são as 2, 5, 8 e 11 trazendo nossa força receptiva, tanto de sustentação quanto de conservação (pessoal ou familiar). E as casas Mutáveis são as 3, 6, 9 e 12 trazendo em si nossa capacidade de renovação e também os aprendizados que são necessárias.

O melhor momento para fazermos uma Mandala Astrológica é quando necessitamos de orientação, sendo num geral ou em pontos específicos da nossa vida. Precisa de uma consulta profissional? É só entrar em contato comigo pelo e-mail olunariotarot@gmail.com e agendar um horário comigo. Até mais!