Resenha – Bruxaria Diabólica de Naamah Acharayim

Bruxaria Diabólica – Um Grimório de Feitiçaria Antinomiana de Naamah Acharayim – Fonte: Arquivo pessoal

Hoje a resenha será sobre uma das mais belas pérolas que temos no cenário da Mão Esquerda nacional, a Bruxaria Diabólica – Um Grimório de Feitiçaria Antinomiana de Naamah Acharayim. Um livro para todos aqueles que desejam se aventurar pelas veredas escuras da bruxaria como ela realmente é em sua essência: livre, selvagem e indomável.

Ficha Técnica

Autora: Naamah Acharayim

Editora: Manus Gloriae Editora

Idioma: Português

Páginas: 226

Ano: 2021

Sinopse do livro

A bruxaria em seu caráter mais visceral e transgressor, na qual o Diabo toma seu assento no centro do Sabá como o agente iniciador. A bruxaria como sendo a Arte Sem Nome, cujo ofício se manifesta na forma de feitiçaria. Adentre nos meandros mais primordiais e obscuros da feitiçaria, totalmente isento de designação moral, a bruxaria como uma árvore de muitas ramificações, cujas raízes se nutrem na escuridão inaudita. Ao longo de suas 226 páginas, são abordados temas como o uso de objetos diversos na feitiçaria, herbologia mística incluindo, além de uma introdução de caráter histórico, as artes dos venenos, iniciações, uso de sangue, necromancia, mundo onírico, a bruxaria como arte transgressora e diabólica, e muito mais! Os três últimos capítulos dão receitas prontas de feitiços, ainda que o intuito da obra seja deixar o leitor apto a caminhar com as próprias pernas, sendo assim, é um livro cujo conteúdo, lido com sabedoria e astúcia, fornecerá as bases para qualquer feitiço que se deseje realizar.

Resenha

Esse é um daqueles livros que você conhece de ouvir outras pessoas falarem sobre e, ao dar uma chance, não se arrepende. Foi o meu caso e, se você gostar do tema, será seu caso também. A escrita de Naamah nos faz sentir como se estivéssemos conversando com uma velha amiga que, página a página, nos ensina e nos guia através do caminho tortuoso da bruxaria. Inclusive, na introdução, ela já nos avisa desse viés dizendo de antemão que podemos ter uma sensação de “colcha de retalhos” ao lê-lo pelo fato do livro ser fruto do compilado de seus estudos e experiências ao longo de suas duas décadas de jornada. Entendi o motivo desta pontuação dela ao longo da obra, mas não acho que isso o desmereça de forma alguma ou o deixe tão colchinha de retalhos assim. É no sentir desse compartilhamento de anotações e vivências que sentimos proximidade com a autora e nos identificamos com ela, que não perde o caráter didático e objetivo, enquanto nos introduz num novo mundo pronto a ser explorado. A obra é muito gostosa de ler, super completa, e dá as bases ao qual se propõe.

Pontos Positivos

Eu indico esse livro de olhos fechados aos novatos e também aos mais experientes, visto que se lembrar das bases é algo essencial a todos, independente de onde estamos em nossas jornadas. Ele nos introduz tanto na parte histórica da prática quanto também ao que precisamos para dar nossas primeiros passos. Como montar um altar e um espaço ritualístico, como trabalhar com velas e diversos instrumentos assim como com óleos, tinturas, pós e ervas é ensinado tanto quanto o que precisamos para nos aventurar pelas veredas do mundo onírico e da necromancia. É um livro que possui sim algumas receitas, mas foca mais em ensinar você a construir as suas próprias, o que para mim é sempre um ponto extremamente positivo. Aqui não é sobre seguir, mas sobre construir seu próprio caminho, como deve ser.

Pontos Negativos

Vou dizer que os únicos pontos que eu posso citar de negativos ao longo da obra é ter desejado ter ainda mais dentro de alguns tópicos. Por exemplo, quando terminei o capítulo sobre feitiçaria verde e o ars veneficium fiquei com um claro gosto de querer ainda mais. Espero que a autora lance outros livros que mostrem mais do seu trabalho!

Acessibilidade: Ele está a venda tanto pela própria editora quanto pela Amazon. Para comprar diretamente com a Manus Gloriae é só entrar em contato com eles pelo ig @manusgloriaeeditora. Como se trata de uma editora nacional e independente eu reforço aqui o quanto é importante que, se tivermos a oportunidade, realmente incentivemos o excelente trabalho deles pagando justamente pela obra!

Até mais!

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Atenção: A reprodução total ou parcial deste texto é proibida e protegida pela lei do direito autoral nº9610 de 19 de fevereiro de 1998. Proíbe a reprodução ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na internet, sem prévia consulta e aprovação do autor.

Uma estrutura básica para rituais

Fonte: Arquivo pessoal

Ricos em simbologia e diversos em seus propósitos, os rituais são parte viva e integrante da prática das mais diversas vertentes, ordens, tradições e religiões. Neste contexto, eles são cerimônias onde se atribuem significados específicos a gestos, atos, fórmulas e símbolos com a intenção de se produzir determinados efeitos e resultados, ligando o seu praticante a expressão de espiritualidade que este professa.

Como sistemas de atividades organizadas, rituais tem sempre uma estrutura certa a ser seguida. Envolvendo ritos, etiquetas, regras, normas, costumes e estilos distintos dependendo da vertente e da cultura onde eles se encontram. Aqui no Guia darei uma estrutura básica e neutra que pode ser usada por praticantes da Mão Esquerda. A veja como um esqueleto, onde você poderá a ter como base para a organização da sua prática pessoal. Vamos lá?

1 – O estabelecimento do propósito

Todo ritual tem uma função específica. Seja celebrar alguma data ou período, entrar em contato com espíritos ou mesmo atrair ou repelir certas energias ou situações da vida daquele que o pratica, a finalidade é a primeira coisa a ser estabelecida. Saiba o que você deseja fazer e o por quê.

2 – A escolha do momento adequado

Sabendo o que exatamente você deseja fazer e por quais motivos, o próximo passo é escolher o melhor momento. Escolha sempre o período do ano, a fase da lua, o dia da semana e o horário mais adequados ao que você deseja fazer. Deseja fazer um ritual para atrair mais prosperidade a sua vida? Que tal uma noite de lua crescente num horário de Júpiter? Ou em um dia de domingo, em um horário de Mercúrio? Deseja causar prejuízos e doenças na vida de alguém? Você pode tentar a noite de uma terça, numa lua minguante, em um horário de Saturno. Deseja manipular uma situação ou alguém? Tente em um dia da Lua, em um horário de Mercúrio. Quer comungar com seus ancestrais? O Dia de Finados pode ser uma excelente data. Solstícios e equinócios tem, cada um deles, suas possibilidades. Assim como momentos astrológicos específicos. Se programe com antecedência e com intencionalidade.

4 – A organização

Na data escolhida, algumas horas antes, comece a organizar o espaço onde o ritual será realizado. O limpe fisicamente, dispondo nele todos os utensílios que serão utilizados. Vai usar ervas, velas, óleos, pantáculos? Já os separe. Vai vestir alguma túnica específica? Já deixe ela pronta. Todos os materiais e instrumentos do ritual devem ser adquiridos ou feitos com antecedência, estando separados e prontos a sua disposição.

3 – A purificação

Com tudo já devidamente arranjado, faça a purificação do local e de si mesmo. Faça a defumação adequada no ambiente, tome um banho simples ou um com as ervas mais apropriadas ao seu propósito. Se for usar alguma vestimenta específica, a coloque após seu banho.

5 – O Círculo

Com tudo devidamente pronto, no horário escolhido, comece então a fazer o Círculo adequado a sua operação. Pode, inclusive, ser o Círculo básico de Mão Esquerda disponibilizado aqui no Guia.

6 – O cerne do trabalho

Aqui é onde o trabalho de fato será feito. Comungue com as forças que você escolheu. Faça a sua magia viver. Lance as suas intenções e decrete os seus desígnios.

7- A despedida e o encerramento

Ao final do trabalho, agradeça e despeça as energias e seres convidados adequadamente. Desfaça o Círculo e encerre sua ritualística.

9 – O aterramento

Um ritual performado de forma adequada ergue e manipula uma grande soma de energias. É importante que, ao final de cada um, possamos nos desconectar de forma saudável deles, voltando nossa consciência ao mundano novamente. Para isso, o aterramento é essencial. Na estrutura do Círculo básico já temos bons exemplos a serem feitos então não deixe de os fazer.

8 – A limpeza

No final de uma ritualística, além do aterramento, é importante purificar o ambiente energeticamente mais uma vez e, em seguida, organizar novamente as coisas. Guarde o que precisar ser guardado, limpe fisicamente o que precisar o ser e arrume novamente as coisas.

10 – O registro

Fez o aterramento, limpou e organizou as coisas novamente? Descanse um pouco e faça o registro do seu ritual. Escreva todos os detalhes dele, o que você sentiu e a experiência que você teve. Anote também os efeitos e resultados que você sentir ou não nos próximos dias. Isso será muito importante para que você possa, aos poucos, saber com qual tipo de operação você consegue ter mais sucesso e aquelas que não dão tão certo assim para você. Com o tempo, através da observação e dos registros dos nossos erros e acertos é que refinamos as nossas práticas.

Nestes dez passos temos uma base simples, organizada e funcional para realizarmos uma verdadeira infinidade de ritualísticas. Podemos a usar para realizar desde rituais com objetivos mais básicos até para a adaptação de cerimoniais mais complexos como os da Goetia, por exemplo.

Em seu esqueleto operatório, a Goetia também inicia com o estabelecimento do propósito. O que você deseja e por qual motivo você deseja? Tendo seu intento claro em sua mente você então consultará, entre os 72 daemons, qual seria o mais indicado ao seu objetivo. Após a escolha entra o período de pesquisa mais aprofundada sobre o daemon em questão. Onde pesquisamos sua história, de qual cultura ele se origina, quais são suas correspondências (hierarquia, elemento, metal, cor, incenso, planeta, direção e etc), o que cada uma delas significa e o que elas dizem sobre sua natureza, em quais livros e obras ele aparece, vemos relatos de outras pessoas que já lidaram com este daemon antes e todo o mais possível. Isso ajudará não só na preparação mas a termos certeza de que o daemon escolhido é, de fato, o mais adequado para o que temos em mente.

Depois desse período de pesquisa o estabelecimento do momento adequado também é importante. As fases da lua, por exemplo, são destacadas como essenciais para o sucesso de uma operação goetica. Após a escolha do dia e da hora, entramos na preparação dos materiais, que são diversos. Com todos eles feitos (preferencialmente) ou adquiridos, entramos na organização e na purificação de nossos corpos e do ambiente como preparações para o rito. Então temos o estabelecimento do Circulo e o convite ao daemon escolhido. O cerne do trabalho aqui será o próprio contato com o daemon em si. Onde ele pode aceitar, negar ou negociar com você a realização do objetivo que você tem em mente. Com isso feito, temos a despedida do espírito e o encerramento do ritual. Onde o aterramento, a limpeza e o registro da sua experiência também são essenciais.

Então estude bastante e seja sempre criativo! Até mais.

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Atenção: A reprodução total ou parcial deste texto é proibida e protegida pela lei do direito autoral nº9610 de 19 de fevereiro de 1998. Proíbe a reprodução ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na internet, sem prévia consulta e aprovação do autor.

Círculo básico de Mão Esquerda

Fonte: Arquivo pessoal

Continuando o post anterior sobre Círculos, aqui coloco uma estrutura básica que pode ser facilmente usada por aqueles que estão no começo de suas práticas na Mão Esquerda. Sua composição é inspirada tanto na Cruz Cabalística do RmP quanto no Rito Menor Luciferiano, então, não deixe de ver também o post sobre eles aqui para se orientar melhor! Inicie a realização deste Círculo, assim como nos outros dois do post anterior, começando com a purificação ambiente.

Purificação

Inicie limpando e organizando o seu espaço fisicamente. Você pode varrer o chão, mudar um pouco os móveis de lugar para criar espaço, e arrumar quaisquer coisas que você precise para a sua ritualística. Feito isso, a purificação espiritual pode ser feita tanto através de defumação quanto através de sons ou da aspersão de líquidos. Se você escolher a defumação, escolha ervas apropriadas para a limpeza do seu ambiente e passe a fumaça delas com cuidado por todo a área falando que quaisquer energias e seres não convidados ou não alinhados ao propósito do ritual que você fará estão, naquele momento, sendo retirados do local.

O mesmo vale se você escolher fazer o purificação por som, onde você pode usar mantras, o som de um sino ou etc decretando o mesmo propósito. A aspersão, geralmente, é feita com um pouco de água com sal. Da mesma forma da defumação, você aspergirá gotas da água salgada por todo ambiente falando e visualizando que qualquer coisa não convidada ou alinhada sairá do ambiente, ficando ele limpo e puro. Após a organização e limpeza do seu espaço, se concentre, trazendo sua consciência para o momento presente, e comece pela Cruz Luciferiana:

Se coloque no centro de onde o Círculo será feito e, voltado para o Oeste, visualize uma esfera branca e brilhante acima da sua cabeça. Sua energia é fria, mas poderosa. Toque o centro da sua testa com seus dedos indicador e médio e, assim que sua visualização sobre ela estiver firme, vibre: Yaltabaoth-Samael!

Agora, a esfera de luz seguirá os seus dedos. Toque a região a frente dos seus genitais e vibre: Aeshma-Taromati!

Toque seu ombro direito e vibre: Do-Mar!

Toque seu ombro esquerdo e vibre: Dehak!

Então, visualize a esfera de energia indo até o centro do seu peitoral, se tornando um brilhante pentagrama reverso vermelho, te energizando, enquanto você cruza seus braços sobre a região e vibra: Andar!

Agora, com sua adaga ritual ou com seus dedos indicador e médio, comece a traçar o Círculo. Em cada quadrante você visualizará uma chama colorida diferente, representando as direções e forças que serão convidadas. Enquanto faz a visualização e chama pelos nomes, faça com a ponta da sua adaga, ou dos seus dedos, o traçado de um pentagrama de invocação no ar, da mesma cor de cada chama que você visualizar.

Traçado do Círculo

Se volte para o Oeste e visualize uma chama azul, de centro escuro, a sua frente. Trace o pentagrama de invocação com calma diante da chama, e o visualize no mesmo azul que ela. Inspire profundamente e diga: Que das profundezas abissais venha Leviatã! Que pelo seu corpo este Círculo seja circundado e que pela intensidade feroz dos seus negros mares ele seja inundado, para que daqui a minha Vontade flua penetrante pelas correntes do Universo sem o que lhe resista!

Se volte para o Sul e visualize uma chama vermelho escuro a sua frente. Trace o pentagrama de invocação diante da chama, e o visualize no mesmo vermelho que ela. Inspire novamente e diga: Que de escaldantes desertos venha Azazel! Que o fogo da sua divina inspiração resplandeça no meu espírito e em meus atos para que deste Círculo o meu Poder incendeie mundos!

Se volte para o Leste e visualize uma chama amarelo clara, quase branca, a sua frente. Trace o pentagrama de invocação diante da chama, e o visualize no mesmo amarelo que ela. Inspire profundamente e diga: Que da mais cálida luz celeste venha Lúcifer! Que seu brilho ilumine minha mente e os meus pensamentos para que deste Círculo Sabedoria se professe e livre se cumpra!

Se volte para o Norte e visualize um chama de fogo negro a sua frente. Trace o pentagrama de invocação diante da chama e o visualize no mesmo negror que ela. Inspire e diga: Que do selvagem e desolado venha Lilith! Que sua pulsão conduza meus sentidos e instintos para a manifestação perfeita dos anseios do meu Desejo!

De volta ao Oeste, com os olhos fechados, visualize cada uma das energias que você invocou. Veja as entidades personificadas, cada uma delas, ao seu redor, em cada quadrante. Abra os braços, sentindo a energia ao seu redor, e diga: Me circulam o poder de Leviatã e Azazel e me cercam as essências de Lúcifer e Lilith. Anuncio o meu intento sagrado como essência divina encarnada enquanto ascendo sobre os céus e me firmo sob a terra. Assim acima como abaixo!

O Círculo está formado. Faça sua ritualística sem pressa e, quando terminar, novamente se coloque no centro do espaço, dizendo: Encerro aqui o meu trabalho e agradeço aos poderes de Leviatã e Azazel, assim como as essências de Lúcifer e Lilith, por terem me auxiliado. Anunciei meu intento sagrado e, a partir de agora, ele se cumpre. Pois acima dos céus alcancei e abaixo da terra me firmei. Assim como é acima, é abaixo!

Com sua adaga, ou com a ponta dos seus dedos indicador e médio, agora volte aos quadrantes. Faça o pentagrama de banimento em cada um deles, imaginando suas chamas se dissolvendo lentamente enquanto diz

ao Oeste: A Leviatã agradeço pela presença e pelo poder. Vá em paz!

ao Norte: A Lilith agradeço pela presença e pelo poder. Vá em paz!

ao Leste: A Lúcifer agradeço pela presença e pelo poder. Vá em paz!

e ao Sul: A Azazel agradeço pela presença e pelo poder. Vá em paz!

Se colocando de novo ao Oeste, repita a Cruz Luciferiana para te centrar mais uma vez, realinhando e harmonizando as energias que ainda estão em você e ao seu redor. Caso sinta necessidade, repita também a purificação espiritual do ambiente, organizando o local de volta, e está feito!

Aterramento

Durante esse passo a passo você limpou o ambiente, retirando tudo o que não era adequado, se alinhou, chamou pelos nomes de poder e fez sua ritualística erguendo uma boa quantidade de energia. Depois de repetir o banimento é importante que você se desconecte do ritual que você acabou de performar de forma saudável, voltando sua consciência ao mundano novamente. Para isso, temos o aterramento. Sem ele, você pode ficar sobrecarregado psicologicamente pelo excesso de emoções que você trabalhou ou pelas experiências que você teve durante a sua ritualística. Meu método favorito de aterramento é simplesmente tomar um banho relaxante e ir comer alguma coisa.

No banho, foque nas sensações físicas. Respire devagar. Solte qualquer tensão que possa ainda estar em você. Imagine qualquer excesso, ou impureza que seja, indo pelo ralo junto com a água enquanto você relaxa e volta a si mesmo. Coma algo que você goste, que reponha suas energias caso você precise, e não esqueça de beber algo para se hidratar. Depois disso, descanse! Você fez um bom trabalho.

Observação: Dependendo da linha e do autor, não será incomum você ver os nomes associados as direções mudarem. Tanto Samael quanto Satã algumas vezes são colocado ao Sul como Senhores do Fogo, assim como Belial ou Naamah podem ser colocados ao Norte como Senhores da Terra. Sendo um ponto em comum entre diversas tradições sempre colocar Lúcifer ao Leste, pela sua simbologia como Estrela da Manhã e Senhor do Ar, e Leviatã a Oeste, por ser ele o Senhor dos Mares Abissais. Então estude sempre, estando atento as diferenças e ao significado que é dado a cada detalhe.

Até mais!

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Primeiros passos – Sobre limpezas e proteções

Fonte: Arquivo pessoal

Depois de estabelecermos nossos estudos, nossas rotinas e começarmos a nos cuidar melhor, limpezas e proteções são próximo tópico base para mantermos a saúde e o bem estar das nossas práticas pessoais. Vamos ter bastante da necessidade de organização que vimos nos textos anteriores, mas agora estabelecendo o que para nós é ou não bem vindo e quais são os nossos limites. Vamos lá?

Limpeza

Quando falamos sobre limpeza nos referenciamos a tudo o que podemos fazer para afastar quaisquer energias ou influencias que não desejamos, seja em nós mesmos, em um ambiente ou até mesmo em um objeto, através de atos de purificação. Existem inúmeras formas de limpeza que você pode fazer dependendo da sua linha ou vertente. A limpeza mundana, física, sempre é o primeiro passo. Depois dela, então, você realiza a limpeza energética. Você pode usar a fumaça da queima de determinadas resinas ou ervas e o cantar ou o entoar determinadas palavras de poder ou mantras como formas de limpeza, por exemplo.

Podemos usar a limpeza em instrumentos novos que compramos para as nossas práticas espirituais como velas, adagas, túnicas e etc assim como, periodicamente, em nossos lares, nos ambientes em que ritualizamos e em nós mesmos para garantir regularmente nossa higiene energética. Nos desfazendo daquilo que não mais nos cabe e garantindo que tudo flua de forma alinhada e saudável.

Pense na limpeza energética como você pensa na limpeza física. Depois de um dia cheio onde você sujou bastante seu corpo físico é natural que você queira tomar um bom banho e vestir roupas limpas, certo? Da mesma forma, é aconselhável que você tome um banho de ervas ao voltar de uma visita a um cemitério, por exemplo. E assim como limpamos e organizamos nossas casas após receber muitas visitas, é comum também que limpemos e organizemos ambientes em que fazemos os nossos rituais. Se nos deixamos viver numa casa suja fisicamente, ao longo do tempo, com certeza vamos atrair algumas companhias nada agradáveis para nossa convivência como moscas, baratas, ratos e demais pragas domésticas. No mesmo princípio, se nos deixamos viver em ambientes sujos espiritualmente, também podemos atrair companhias nada agradáveis como larvas astrais e espíritos de baixa vibração que podem nos trazer uma miríade de problemas.

Então, assim como você limpa sua casa e tira o lixo regularmente para evitar que baratas, moscas e similares achem a sua casa muito interessante e propícia, tenha uma rotina básica de limpeza energética! Nas rotinas diárias, que já vimos aqui, temos o RmP que é muito indicado como limpeza e proteção numa base diária, mas é muito bom se, por exemplo, você fizer um banho de ervas em você mesmo, uma lavagem de chão e uma defumação na sua casa pelo menos uma vez por mês. O básico, se bem feito e feito com constância, tem efeitos maravilhosos e nos salva da maior parte dos problemas. Um ambiente que se mantem devidamente limpo e protegido raramente vai atrair espíritos e seres nocivos aos seus habitantes, da mesma forma que um lar bem cuidado raramente vai sofrer com algum tipo de praga. O princípio é o mesmo e pede de nós o mesmo comprometimento e cuidado, afinal, é para o nosso próprio bem estar.

  • Sobre banimentos: Banir, por definição, é o ato de expulsar algo ou alguém de algum lugar. Tendo isso em mente, banir não é a mesma coisa que purificar. Pense que um banimento é expulsar uma visita chata da sua casa. Por mais que ela fique muito melhor só de estar livre daquela figura inconveniente a louça continua na pia, entende? Um banimento pode conter em si alguns efeitos purificativos também. No entanto, tenha em mente que eles são mais fortes e para situações mais focadas do que é a limpeza comum. Você toma banho todos os dias como forma de limpeza, por exemplo, e apenas dentro de circunstâncias específicas expulsa algo ou alguém da sua casa. Com o banimento é a mesma coisa. Enquanto limpeza é asseio e manutenção daquilo que te é saudável, banimento é despejo. É o enxotar, o escorraçar, e o exilar de algo. Nem toda limpeza é um banimento, mas através do banimento cortamos o que não queremos, desalojamos espíritos que podem ter se infiltrado em nossas moradias e expelimos energias mais densas que a limpeza sozinha não abarcaria. Então o use de forma mais pontual quando a necessidade pedir.

Proteção

Depois que efetuamos nossas limpezas, ou ao realizarmos algum banimento, a proteção entra em jogo. E proteções são defesas. É o que você faz para defender a si mesmo, ou ao seu espaço, etc, de algo externo. Elas evitam que o que mandamos embora em nossas limpezas e banimentos tenham como voltar e nos salvaguardam. Uma boa proteção pode ser simples ou ter em si diversas camadas dependendo da sua função. Então, antes de qualquer coisa, determine:

  • O que ela será? Ela vai ser um feitiço com velas, um amuleto, uma garrafa de bruxa?
  • Do que ela será feita? O que você vai precisar para fazê-la?
  • Para que ela será feita? O que motivará a existência dela?
  • Como atuará? Qual será seu exato efeito?
  • Para quem/contra quem? Ela é para você, seu lar ou algum ente querido? Contra o que?
  • Em quais níveis atuará? No material? No espiritual? Terá algo a mais?
  • Por quanto tempo? Qual será sua duração?
  • Ela precisará ser refeita ou reforçada? Se sim, por quais motivos e de quanto em quanto tempo?
  • Existirão gatilhos? Ela se ativará apenas em certas circunstâncias? Algo acontecerá para te avisar se ela for quebrada? Algo acontecerá com quem a quebrar?

Respondendo essas questões você tem desde a forma mais despretensiosa de magia de proteção até as mais complexas e intrincadas. Assim como em relação a limpeza, recomendo que as suas proteções estejam sempre em dia. Você pode proteger as portas e janelas da sua casa com sigilos ou símbolos de proteção. Pode tomar um chá feito de ervas específicas para que, enquanto você dormir, seus sonhos estejam protegidos de qualquer manipulação externa. Você pode fazer uma garrafa de bruxa que absorva, no seu lugar, determinadas energias nocivas. Algum amuleto, como um anel ou um colar, para que você não seja assaltado enquanto o usar. As possibilidades são praticamente infinitas e, se forem bem executadas, seus efeitos serão visíveis.

Você não precisa começar com nada muito difícil. Acenda uma vela branca e queime galhos de arruda nela, pedindo pela sua proteção ou pela proteção daqueles que você ama. Está andando por algum local que não te inspira confiança? Visualize uma bolha de energia protetora ao seu redor que seja espelhada por fora para passar desapercebido. Quer afastar as pessoas ao redor além de não ser notado? Imagine que a bolha possui espinhos enormes por todos os lados. O ato adequado no momento oportuno é tudo do que você precisa. Estabeleça o que você não deseja e imponha os seus limites.

Múltiplas camadas

Conforme sua prática for avançando, naturalmente, suas proteções irão ficar cada vez mais precisas e complexas. Para seguir a Via Sinistra eu indico que você tenha múltiplas camadas de proteção e que elas passem a possuir gatilhos que te avisem quando algo bater nelas, ou mesmo quando algo conseguir as derrubar. Aqui você precisará não só saber como se proteger efetivamente mas também como jogar o jogo.

Cuidar da limpeza e da ordem dos seus ambientes tornará fácil para você identificar quando algo estiver fora de lugar. Assim como conhecer sua própria energia e a manter sempre alinhada tornará imediato para você sentir quando algo tentar te influenciar ou mexer com você. Nisto, proteções e banimentos também são, além de como você estabelece os seus limites, como você se defende e como você aplica consequências e a expulsão do que os ultrapassar. Desenvolva complexidades e nuances que sejam próprias suas em seu trabalho, de forma que nunca seja óbvio para outros desarmar aquilo que você tem.

Combine o mundano com o espiritual. Faça aquela faxina completa na sua casa enquanto também a limpa energeticamente. A proteja com sua magia e estabeleça limites para quem pode ou não entrar nela. Nunca deixe qualquer pessoa estar no seu espaço pessoal. Faça banhos de ervas para limpar e proteger seu corpo e seu espírito. Aprenda a encantar sua alimentação e se fortaleça energeticamente assim como fisicamente. Aprenda a dizer não como uma forma de proteção, tanto mundana quanto espiritual. Assim como você não deve aceitar qualquer tipo de comportamento de um espírito você não o deve aceitar de uma pessoa, seja ela quem for.

Assim que você se estabelecer energeticamente e começar a ter o trabalho de manter o seu próprio alinhamento será natural não querer mais admitir qualquer coisa, de qualquer forma, na sua vida. Assim como deve ser natural determinar consequências para o que tentar contra elas. Afinal, elas foram criadas para a sua segurança, e você deve levar a sua segurança a sério. Seja ela física, emocional ou espiritual. Não tenha medo de se impor e de se defender. Estando na Mão Esquerda, você não deve temer embates. Eles sempre são oportunidades para que você aprenda uma coisa ou duas. Então, estude cada situação ao seu redor e aprenda a se garantir, fazendo bom uso da sua inteligência e da sua própria complexidade.

Até mais!

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