Conjures, Rootworkers e a Justificativa

Voodoo Authentica
Foto do Museu Voodoo de New Orleans 

Quando se fala dos praticantes do Hoodoo é normal ouvirmos sobre duas categorias, a dos Conjures e a dos Rootworkers. Também ouvimos muito que o que os rege seria a Lei da Justificativa. Vamos falar um pouco sobre o significado de cada um desses termos?

O Conjure

Conjurar é o ato de despertar a vida, a consciência, das coisas. Um conjurador é, antes de tudo, um bom invocador e um bom comunicador espiritual. Ele sabe como tocar a essência de todas as coisas, falar sua linguagem, e despertar seus segredos e energia vital. No ato da conjuração se despertam as virtudes de diversos elementos, e são chamados a manifestação espíritos e seres. Cada feitiço ganha uma vida própria. E tudo aquilo que é trabalhado tem em si a ativação da pulsação divina.

O Rootworker

Aqui encontramos os famosos raizeiros. Aqueles que trabalham na manipulação das plantas, de seus espíritos e energias, para o uso de suas medicinas. Aqui encontramos a fabricação de remédios naturais, de xaropes, métodos de cura e benzimentos. Não a toa muitos Rootworkers também são chamados de Root Doctors, médicos naturais, que desenvolvem os poderes da terra e seus segredos.

Em sua prática, Rootworkers também usam da conjuração para despertar cada erva que trabalham. Assim como Conjures também usam muito a sabedoria das medicinas naturais. Existe muito diálogo e intercâmbio entre as duas práticas, muitas vezes sendo realizadas em correlação. O que as diferencia é o foco de seus praticantes. Se ele está mais no trabalho da prática mágica ou na exploração do potencial oculto do reino vegetal. Em tudo isso, ambas categorias guiam seu trabalho pela Lei da Justificativa.

A Justificativa

Dentro do Hoodoo cada praticante é livre para ter sua própria fé. Com suas crenças, paradigmas e maneiras de compreender o divino únicas e particulares. Cada praticante tem sua própria forma de entender Deus. E é isto que o guia dentro da prática no Hoodoo em questões de caráter, moral e limites. É na conversa, no diálogo e na dinâmica, entre o praticante e sua divindade, guias e guardiões que tudo é feito e decidido. Nesta dinâmica é que encontramos a Justificativa.

Ela é o ato do praticante de se colocar perante o divino e explicar os motivos de estar fazendo o que faz, da maneira que faz. A exposição do motivo das suas ações perante aquilo que o guia. Se aquilo pelo qual o praticante pleiteia for justo perante sua fé ele prosseguirá, se não for ele mudará sua tática. Afinal, se aquilo que você está prestes a fazer não é considerado válido pelo seu Deus, é melhor que não seja feito.

Nesta conversa entre o plano espiritual e o praticante é onde cada passo é alinhado. Tanto para trabalhos de benção com também de maldição. Afinal, se o que é feito tem o aval e a permissão daquilo que fortalece o praticante ele nada tem nem a recear e nem a temer. E nisto se encontra a chave do equilíbrio dentro do Hoodoo.

 

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